(Francesco Costa)
Tenho visto pessoas contra a
redução da maioridade penal. Mas não são tantas assim. Poucas, aliás. Maioria
deles idealistas, integrantes de grupos que vivem a “teoria de uma causa”.
Mesmo sendo poucas faço questão
de perguntar a elas sobre o histórico de violência sofrida pelos familiares
mais próximos e se foi provocada por uma pessoa menor de idade. Aí pergunto:
·
Sua vó alguma vez, ao sair do banco, após
receber o dinheiro da aposentadoria já foi assaltada por um assaltante de 16
anos?
·
Sua esposa já foi violentada por um garoto de 17
anos?
·
Sua mãe foi atropelada por um condutor menor de
idade?
·
Seu irmão foi assassinado por um assaltante de
14 anos?
·
Sua casa já foi arrombada por um menor que
aproveitou para estuprar sua filha de 7 anos e levou o que pode de dinheiro?
Todas as respostas são negativas.
Eles não sabem o que é ser ou ter um ente querido agredido por um menor
infrator. Nunca viram um parente ser condenado a viver o resto da vida em uma
cadeira de rodas por ter sido vitimado com um tiro disparado por um menor
durante um assalto. Nunca viveram o terror diante de uma arma de fogo nas mãos
de um menor desequilibrado tomado pelo vício do crack.
Não sabem. Não sabem e nem querem
saber a dor de uma perda enquanto o menor infrator continua a andar
tranquilamente pelas ruas fazendo mais vítimas com pleno amparo das leis.
Eu não tive, e espero não ter
nenhum caso desses em minha família, e não preciso ter para entender que é
preciso sim, punir com rigor qualquer e quem quer que seja o agressor.
Aí alguns idealistas teóricos me
vêm com uma conversa que é preciso construir escolas e não presídios. Infelizmente
é preciso construir as duas coisas.
Presídios para as crianças e
jovens que já estão envolvidas com a criminalidade; e escolas para as que estão
querendo um futuro melhor.
Mas de nada adianta levar à
escola quem só quer atrapalhar os que querem aprender e agredir professores.
Também de nada adianta construir prédios e recheá-los de materiais didáticos
dando-lhes o nome de ESCOLA. É preciso construir mais que escolas. É preciso
construir CENTROS DE ENSINOS e supri-los de professores qualificados e com
autoridade para tal.
Para combater a criminalidade não
adianta apenas construir prédios cercados de grades e treinar homens para
manter neles os criminosos. É preciso construir mais que presídios. É preciso
construir CENTROS DE RECUPERAÇÃO e neles implantar técnicas para reciclar os
dejetos sociais e devolvê-los ao convívio e ao trabalho.
Um dia os presídios, hoje
construídos e lotados, poderão ser museus, retratos que ilustrarão a história
hoje vivida. Mas enquanto isso não chega, é preciso sim construir escolas para
de forma preventiva combater a violência; e construir presídios para punir os
que já estão na delinquência. Pois já que não educamos as crianças, necessário
se faz punir os homens.