Muita gente se lembra da frase
que contemplava os Correios em um comercial de TV.
Correios você usa, você confia.
Porém atualmente, e
principalmente nas regiões Sul e Sudeste do Pará, esta frase ganhou em seu
final um ponto de interrogação.
Os correios recebem atualmente,
através de seu site no Fale Conosco, o maior índice de reclamações no Estado,
cerca de 400/dia.
Encomendas que não chegam às mãos
do destinatário ficando estocadas no deposito do CDD (Centro de Distribuição)
dos correios, no Bairro Beira Rio; local que não oferece as mínimas condições
de atendimento, sendo aberto ao público as 14hs às 18hs, cujo atendimento é
feito por uma estagiária sem domínio de áreas de distribuição.
O número de pessoas que buscam
ali atendimento é grande, chegando a gerar filas, e dali são redirecionadas às
unidades dos Correios, onde também não encontram suas encomendas e correspondências;
acarretando nelas grandes transtornos dado ao fato de que também nestas não existe
número suficiente de atendentes. Entre os objetos procurados no CDD e agencias
estão os cartões de créditos com suas respectivas senhas, e encomendas de urgência.
O SEDEX, em Parauapebas, ficou
apenas com o mero apelido, pois as entregas que, de acordo com as normas dos
Correios, deveriam chegar ao destinatário com três dias úteis a partir da data
da postagem leva sete, 10, 15 e há casos de até 30 dias.
Apenas 45% do perímetro urbano de
Parauapebas é coberto pelo serviço de entrega dos Coorreios, e isto também
acarreta o aumento do fluxo de pessoas nas agencias e CDD, causando transtorno
e fomentando o mau atendimento, pela disparidade entre atendentes e a demanda
de clientes.
A segurança no interior das agencias não tem sido oferecida
para os clientes e nem mesmo para os funcionários. Exemplo claro e recente a
agencia do Bairro da Paz que, em seu primeiro ano de funcionamento, sofreu dois
assaltos a mão armadas inclusive com refem.
O local, mesmo lidando com
valores, por ser correspondente bancário, não tem câmeras, porta com detector
de metal, nem viligante armado.
A violencia usada nos assaltos
afastou por trauma psicológico uma servidora que alega não contar com o devido
e esperado apoio; desde o fato a servidora se recupera com o acompanhamento
psiquiátrico. Enquanto isto, com sua poderosa marca SEDEX, os Correios
patrocinam campeonatos e atletas.
Nem só Parauapebas enfrenta estes
problemas; percebe-se que na única agencia dos Correios em Canaã dos Carajás as
filas se iniciam no meio da noite, e ao abrir, as 9hs, o atendimento é limitado
por senhas.
É do conhecimento de todos,
inclusive do governo federal, que o problema não será resolvido com mágica, mas
sim com a contratação de servidores de acordo com a demanda. Em Parauapebas
foram contratados apenas nove carteiros, mas diante do crescimento e do número
de bairros que não contam com o atendimento o número é insignificante.
A defasagem equiparado à demanda
e o numero de servidores internos e carteiros é grande, tendo por exemplo cerca
de 30 carteiros para atender uma cidade com mais de 200 mil habitantes
distribuidos em 57 bairros. Segundo informações prestadas por um servidor dos
Correios, que exerce função administrativa, até o fim deste ano pelo menos 90
por cento do perímetro urbano será coberto pelo serviço de entrega de
correspondência e encomenda, e será, ainda segundo ele, contratados carteiros.
As contratações são necessárias e
viáveis diante do orçamento dos Correios, cujo balanço é superavitário. O que
falta de fato é gestão de excelência.
Segundo um servidor que não se
identificou nem gravou entrevista “Os Correios atravessa seu pior momento em si
tratando da eficiência e qualidade nos serviços prestados.”
Feito um comparativo com a Caixa Econômica
Federal, Banco do Brasil e outros órgãos do Governo Federal, em si tratando de
investimentos tanto em prédios quanto em contratação, os Correios ficam aquém
do necessário. A população culpa diretamente os atendentes, carteiros e os
gestores local, tornando-os alvo de chacotas. Estes fazem malabarismo para multiplicar
as entregas e atendimento em seus expedientes.
As tarifas como, por exemplo,
telefone, boletos bancários diversos chegam às mãos do cliente com o prazo de
pagamento vencido o que penaliza com juros e multas. Os correios deveriam ser co-responsáveis
no ressarcimento, porem se omite.
Você sabia que niguem quer ser
gerente da s unidades dos Correios da Regional/Marabá, que responde pelas
cidades do sul e sudeste o Estado? Exatamente por se sentir desamparado pela
estrutura interna da empresa que não oferece as mínimas condições de melhorias.
“Chega de Status, queremos
melhores condições de trabalho”, diz o servidor, denunciando também a defasagem
salarial que, ainda segundo ele, é o menor oferecido entre as estatais
brasileiras. Fato que os novos contratados não permanecem pedindo em poucos
meses de trabalhos suas demissões e as vagas não é repostas, deixando em seu
lugar a ineficiência no atendimento.
O servidor detalhou ainda que os
Correios cobra metas de resultados, porém mesmo sendo alcançado pelos
servidores não os compensam com contrataçes e condiçoes de trabalho, a ciitar a
própria segurança destes.
Parauapebas conta com três unidades
próprias, sendo Cidade Nova, Da Paz, Núclo Urbano Carajás; e uma franquiada no
bairro Rio Verde; em todas elas o atendimento é limitado por senha, e mesmo com
a Lei Federal que estipula o prazo de 30 minutos para o atendimento do cliente
é corriqueiro o fato de que estes peguem a senha pela manha e sejam atendidos
trêss horas mais tarde; caso facilmente comprovado na agencia do bairro Cidade
Nova.
Mau atendimento vira
caso de polícia
O problema já gerou agressão, verbal
e física de cliente, contra o gerente do CDD, fato registrado em Boletim de
Ocorrencia na 20ª Seccional de Polícia Civil de Parauapebas.
Outros vários, não registrados,
ocorrem diariamente nas unidades, pois clientes após ser jogados de um lado
para outro e não sabendo mais a quem ou onde recorrer em busca de suas
correspondências desabafam contra servidores dos Correios, que são igualmente
vítimas do ineficiente sistema.
Ainda de acordo com o servidor, o
problema já foi levado ao sindicato da categoria, que deixou de ser classista
optando pelo partidarismo, fazendo barganhas de cargos e posições na nova
diretoria. “A quem recorrer, à justiça, ao MP, à câmara municipal?”, indaga
ele.