6 de nov. de 2013

Parauapebas receberá mais cursos universitários


 Movimentos estudantis participaram do ato
Direito, Engenharia Civil e Engenharia Mecânica serão cursos a serem implantados em Parauapebas e aguarda apenas o edital sai em breve para processo seletivo com aulas previstas para começar a partir de janeiro.
Isto se tornou possível graças a convênio assinado entre Prefeitura Municipal e Universidade Federal do Pará (UFPA), ato feito pelo refeito Valmir Mariano e o reitor Carlos Maneschy, na presença de autoridades, representantes de movimentos estudantis e sociedade em geral, por meio do qual a instituição vai implantar essas graduações no município.
Segundo o prefeito, a instalação dos cursos é uma conquista que deve potencializar a formação de mão de obra qualificada em setores estratégicos da economia, promover a elevação do nível cultural do município e acelerar o desenvolvimento local e regional.
A oferta desse pacote de graduações é a realização de um sonho na vida de muitos jovens, como o estudante Paulo Henrique Medeiros Castro, de 17 anos, que se inscreveu em vários vestibulares para Engenharia Mecânica Brasil afora, mas quer mesmo continuar morando em Parauapebas.
“Nasci aqui, minha família está aqui e é muito difícil sair para estudar fora, mesmo que eu passe. Minha mãe fez as contas e disse que a despesa comigo será de, no mínimo, R$ 600 por mês para estudar em Marabá, com alimentação, transporte e aluguel”, comentou o vestibulando, que se preocupa com a condição financeira da família. “Mas eu sei que, por mais que minha mãe se esforce, vai ser difícil me manter em Marabá, onde o curso vai ter aulas manhã e tarde e será difícil para eu arranjar emprego.”
Agora, o jovem voltou a sonhar e não abre mão de que uma vaga seja sua. “Vou botar quente para passar em [Engenharia] Mecânica e ficar por aqui mesmo. O curso não poderia ter vindo em melhor hora”, elogiou o adolescente.
Efeito positivo - Além de eliminar custo para muitas famílias que precisam enviar seus filhos a outras cidades a fim de cursar uma graduação, a iniciativa prepara terreno para que seja construído em Parauapebas um campus da UFPA.
Ampliando-se o número de cursos e somando-se ao campus da Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra), Parauapebas poderá ter condições de diversificar sua matriz econômica e tornar-se, assim, uma cidade universitária, deixando de enviar jovens para fora e assumindo o posto de receptora de estudantes, como são hoje as interioranas Marabá, Castanhal e Tucuruí, no Pará, Araguaína, no Tocantins, e Imperatriz, no Maranhão. “Quero realizar este sonho junto com vocês, que estão prestigiando este importante momento da educação de nosso município”, comemorou o prefeito no ato da assinatura do convênio.
PARCERIA - O reitor da Universidade Federal do Pará, Carlos Maneschy, destacou que a parceria com Parauapebas é de vital importância não apenas para o município, mas também para a instituição. “Além de realizar um sonho antigo, hoje estamos fazendo história em Parauapebas, pois pretendemos transformar vidas, e para melhor, no sentido mais amplo da expressão e do exercício da cidadania.”
De acordo com a autoridade acadêmica, a universidade não forma profissionais apenas para o mercado de trabalho; a instituição forma cidadãos e seres humanos. “Somente através da educação uma pessoa é capaz de ser livre”, sintetizou Maneschy, rememorando que a relação entre a UFPA e Parauapebas é antiga, e o será para sempre.

OS CURSOS –
Direito: vem pela terceira vez a Parauapebas. O curso forma bacharéis em direito e é bastante procurado Brasil afora, já que o mercado de trabalho para o formado é amplo, sobretudo se ele obtiver registro junto à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para advogar ou quiser enveredar pelo serviço público. O último concurso da Prefeitura de Parauapebas, por exemplo, abriu seis vagas para procurador, cargo para o qual uma das exigências é ter diploma de Direito. No Pará, a concorrência média das diversas seleções da UFPA para ingresso ao curso é de 25 candidatos por vaga em Belém e 20 em Marabá. No último vestibular realizado em Parauapebas, em 2008, a demanda chegou a 26,08 por vaga, em que 1.341 candidatos disputaram as 50 cadeiras ofertadas. A média salarial dos formados em Direito, segundo uma pesquisa nacional divulgada este ano pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com dados de dezembro de 2012, está em R$ 4.675,19, a 12ª maior entre as formações de nível superior.

Engenharia Civil: desembarca em Parauapebas pela segunda vez. O curso forma engenheiro civil, profissional muito requisitado no Brasil e, especificamente, na região, em razão do boom imobiliário que fez de Parauapebas a cidade que, proporcionalmente, mais construiu prédios de até dez andares nos últimos 13 anos. No Pará, a concorrência média para ingresso ao curso da UFPA é de 15 candidatos por vaga em Belém e 13 em Tucuruí. No último vestibular realizado em Parauapebas, em 2008, para ingresso de duas turmas, a demanda chegou a 28,45 por vaga, em que 1.707 inscritos disputaram as 60 cadeiras ofertadas. A média salarial dos engenheiros civis é de R$ 5.768,19, a 5ª melhor entre as carreiras, segundo o Ipea, embora se saiba que haja engenheiros civis que faturem bastante apenas com uma canetada em projeto.


Engenharia Mecânica: chega a Parauapebas pela primeira vez, sendo o “calouro” do trio. O curso forma o engenheiro mecânico, profissional bastante procurado por grandes indústrias, mas em falta no mercado. Na região, empresas como Vale e Sotreq, entre outras da área de manutenção de equipamentos e transportes, recebem bem esses profissionais, que serão demandados na fase de operação de projetos como o S11D, em Canaã dos Carajás. No Pará, a concorrência média para ingresso ao curso da UFPA é de 15 por vaga – com nível de concorrentes dos mais elevados, rivalizando-se à Medicina – e de 7 por vaga em Tucuruí. Depois do colega da área de civil, o engenheiro mecânico é o mais bem remunerado entre os profissionais de nível superior, com média salarial de R$ 5.500,30, conforme o Ipea. O valor é per capita, por isso facilmente um engenheiro mecânico com entre três e cinco anos de carreira chega a ganhar R$ 15 mil ou mais facilmente.

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