Artigo - Filho meu

Escrevi estes “conselhos” no dia sete de julho de 2002. Na época, minha então companheira, Eliene P. Soares, esperava um filho que nascera 22 dias depois.

Mesmo antes que ele nascesse, e recebesse meu nome – Francesco Costa Júnior – escrevi-lhe estas recomendações e gostaria que ele as observasse por onde quer que ele passe e enquanto viver.

Faço uso desta coluna para prestar-lhe esta sincera homenagem pelo Dia das Crianças. 

Filho meu,

Seja bem-vindo a este mundo que é teu, e que é lindo, eu sei.

Mas cuidado, não se entusiasme com sua aparência, nem se envaideça com as belas oportunidades, nem sempre nos favos tem mel e às vezes o bom perfume embriaga e mata.

Cuidado com aqueles a quem chama de amigo, ou com aquelas que em seu peito dormirá, são destes que vem a traição e são eles que facilmente ti apanham.

A fortuna, meu filho, nos traz amigos, e muitos! Porém, a necessidade nos prova que eles (não) existem.

Não se embriague com dinheiro, nem se iluda com o que ele traz: mulheres, poder, amigos e prestígio. Pois tudo isto com o dinheiro vêm da mesma forma que com ele vão.

Na pobreza seja paciente, na certeza que ela não durará para sempre. Não se desespere com as portas que ela fechará, mas seja atendo às outras que se abrem.

Nem sempre a ajuda vem de amigos ou de quem você ajudou, mas esteja certo que alguém retribuirá todo o bem, ou o mal, que tenha feito.

Ajude a quem precisar, mesmo que este nada ti peça, porém nunca o faça por obrigação, mas sempre com o coração.

Na vida, não aceite regras, horários ou formalidades, siga seu coração, seja livre, mas não abra mão da responsabilidade.

Seja “justo”, meu filho, não julgue alguém por ver ou ouvir falar. Ninguém é bom ou mal, bem sucedido ou fracassado por livre opção. Todos nascem para ser bom, por isto, avalie o presente sem conhecer o passado.

Aceite os fatos e as pessoas, exatamente, como eles vêm a você. Não existem discursos, acontecimentos ou pessoas de todo sem proveito; eles são como peixes: os espinhos são fatais, mas a carne nutritiva. Gente é como música: cada uma a seu modo, e cada uma para seu momento.

Aprenda, meu fiho, na vida de tudo um pouco; experimente de tudo, não viva de ouvir falar. Tudo lhe é lícito, mas nem tudo convém a um homem.

Faça suas escolhas a seu modo, sem se deixar se influenciar nem mesmo pela força da mídia. Seguir marcas, estilos ou moda é um modo muito particular dos fracos. Tenha opinião própria.

Contudo, seja neutro. Times, partidos ou siglas são opções feitas por homens falsos. Faça com que ti sigam e pronto.

Fuja sempre do pecado (algo que prejudique alguém) sem abrir mão de seus prazeres.

Conquiste, abuse deste poder! Mesmo sabendo que ele ti tornará antipático.

Seja humilde, solitário, porém amigo.

Exercite o poder de recomeçar ele nos refaz o ânimo.

Sobretudo, meu filho, “viva”.

Que Deus estenda seus domínios aos quatro cantos da terra.

Que seus inimigos a ti se curvem.

Que seus amigos ti aplaudam.

Que seu nome seja “senha”,

E você um su-ces-so!