9 de nov. de 2012

Médicos do HMP de Parauapebas reclamam que estão há 60 dias sem receber salário



Falando em nome da categoria, o médico Bento Torres Pinto, lotado no Hospital Municipal de Parauapebas (HMP), denunciou que os profissionais que prestam serviços naquela casa de saúde pública estão há dois meses sem receber o salário.
“Por causa disso, estamos com o pagamento das prestações de carro e da faculdade dos filhos atrasado, com nossos nomes inclusos no Serasa, além da falta de pagamento de luz elétrica e de telefone, ameaçados de ter os serviços cortados”, reclama “Dr. Bento”, como é conhecido na cidade há mais de 20 anos.
Perguntado qual a causa que vem motivando o atraso no acerto dos salários dos profissionais de saúde, Bento Pinto respondeu que todo esse transtorno vem ocorrendo após o encerramento do contrato da Oscip Bem Viver com a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa). Ele explica que a Bem Viver, até setembro último, vinha administrando o hospital municipal, inclusive fazendo o pagamento dos salários de todo pessoal lotado na casa de saúde pública do município.
“Depois que o contrato da Bem Viver com a Semsa foi rescindido, fomos prejudicados, porque não pagaram mais nosso salário, não sabemos quando ou se vamos receber, e, para piorar a situação, não sabemos nem para quem estamos trabalhando hoje”, lamenta “Dr. Bento”.
Por causa de todos esses problemas, segundo informou Bento Pinto, os médicos e alguns enfermeiros do HMP decidiram fazer uma espécie de “greve branca”, atendendo apenas os casos de urgência e emergência na unidade de saúde, “até que nossos salários sejam pagos e a situação de instabilidade se normalize em nosso local de trabalho”.
“O secretário de Saúde andou dizendo nos jornais e televisão da cidade que está tudo normal aqui no hospital municipal, mas isso não é verdade, porque a Oscip está pregando um calote tanto nos profissionais de saúde quanto nos fornecedores de material hospitalar”, denuncia “Dr. Bento”, adicionando que os médicos e enfermeiros estão se mobilizando para acionar o sindicato da categoria, ou mesmo o Ministério Público, para que estes tomem as devidas providências para solucionar o problema.
Reconhecendo que os médicos não podem deflagrar greve em 100%, “Dr. Bento” pede desculpa à sociedade, pelo fato de eles virem atendendo apenas casos de urgência e emergência, e sugere que a comunidade, que também vem sendo prejudicada com a falta de atendimento de consultas médicas, pressione a administração pública municipal para normalização dos serviços de saúde.
Na Secretaria Municipal de Saúde, na ausência do titular da pasta, a assessora de comunicação Maria José Monteiro admitiu o atraso no pagamento do salário dos médicos e demais profissionais de saúde do HMP, atribuindo esta falta de responsabilidade à Oscip Bem Viver, uma vez que a Semsa já teria feito os repasses para pagamento de funcionários e de fornecedores.
Mesmo assim, a secretaria estava buscando uma solução urgente para, junto com a própria Bem Viver, resolver a pendência até a semana que se inicia. A reportagem procurou representante da Oscip para falar sobre o assunto, mas não encontrou ninguém na cidade. 

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