19 de ago. de 2011

Artigo - A plebe e o povo


A plebe e o povo
Por Francesco Costa

Parauapebas é uma grande empresa, cujo capital de giro mensal excede os R$ 50 milhões.
Quem aí dos eleitores a entregaria, se esta empresa fosse só sua, nas mãos de um administrador que não fosse, pelo menos, administrador de carreira?
Os eleitores precisam ver o município como uma grande empresa, o prefeito como diretor presidente, os secretários como diretores e os vereadores como o conselho fiscal.
Primeiro que “o povo”, não sabe, não quer saber e tem raiva de quem sabe como funciona a administração de uma empresa. O eleitor, de igual modo, não sabe, não quer saber e tem raiva de quem sabe como funciona a administração pública.
Os ataques que acontecem aos cofres públicos não têm outros culpados a não ser o povo e os vereadores que os representam como legítimos fiscais das contas públicas.
Qualquer cidadão, membro de entidade ou em atitude solitária, pode pedir as contas do governo do município em que mora. Mas muitos acham que apenas os vereadores tem este poder! Qualquer cidadão pode entrar com ação contra o governo de seu município. Mas muitos acham que apenas os vereadores em este poder!
O povo não se importa nem mesmo com aquilo que o afeta. Vejamos um exemplo claro: quem foi a Audiência Pública ocorrida ontem, 18 de agosto, no auditório da câmara municipal? Meia dúzia de gente compareceu. E o assunto era de interesse de todos que moram neste município: energia elétrica.
A idéia era pedir explicações à concessionária de energia elétrica que fez muuuuuuuuuito bem não ter comparecido lá. Afinal ela iria explicar a quem? O povo, se quisesse saber de alguma coisa estaria lá, com faixas, cartazes e bandeiras como fazem os membros de sindicatos de alguma classe de servidores públicos quando querem brigar por uma merreca a mais em seus contracheques.
Os empresários nem lá pisaram, enquanto deveriam ter fechado suas empresas e “exigido” que seus empregados, familiares e amigos comparecem em massa àquela audiência. Agora veja que vergonha: as emissoras de TV local, vão enviar a matéria para veiculação na rede estadual e o que a concessionária de energia verá é meia dúzia de gente, alguns deles prestando atenção no que os vereadores e outros componentes da mesa falavam; outros presentes no auditório conversavam sobre caça, pesca e outras coisas mais, sem nem mesmo dar importância a discussão em curso.
Quer ver só mais um exemplo de que o povo não está nem aí para esta grande empresa chamada Parauapebas? Aí vai.
Quem se lembra que foi instalada uma CPI para apurar as denuncias contra o prefeito Darci Lermen feitas pelo ex diretor da Vale Roger Agneli? Bom, lembrar muitos até lembram, mas outra boa parte nem mesmo sabe que esta CPI existe!
Agora, quem sabe ou se interessa em saber no que deu esta CPI? Não me venha com esta história que só a imprensa precisa correr atrás para informar o povo. Tudo bem, é papel da imprensa informar o povo, mas se neste município os veículos de comunicação tem a boca obstruída por valore$ a$$im nem tão significativos e as pernas amarradas pelas ligas que eram usadas nos maços de dinheiro que “dizem ser desviados neste governo” o povo deve também pedir à câmara que esclareça sobre este cheiro de orégano que invade aquela casa de leis.          
Bem disse o vereador Faisal Salmen, ontem na audiência pública: “O povo que não luta pela sua liberdade não é digno dela.”
E já dizia Victor Hugo: “A plebe apenas pode fazer tumultos. Para fazer uma revolução, é preciso o povo”.

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