Para você que, assim como eu, está longe do seu pai mande pra ele esta mensagem.
Tarimba
Pai, não pense que foi fácil pra mim quando olhei pra trás e vi nossa casinha de barro que ao longe parecia um pingo no horizonte; me custa admitir, mas deu vontade de voltar.
Uma coisa vi que ainda balançava era um lenço que pra mim acenava; me custa admitir, mas deu vontade de voltar.
Ao longe estrada afora eu ia me relembrando seus conselhos, suas histórias, algumas até engraçadas, outras cheias de dor; quando o senhor as contava eu ria que até chorava e às vezes até pensava: - “Ah, ele quer me encabular”.
Seu trajeto pai foi tão duro, enfrentou a vida a murros pra tantos filhos criar; hoje que a vida conheço chego a imaginar: - “Se criança hoje fosse redobraria o esforço pra trabalho não lhe dar”.
Lembro-me daquele barraco, naquela rede de saco te vi as tardes deitar; tarimba, fogão de lenha, um banco na sala pequena e nós ali a ti escutar.
Meus sonhos eram tão grandes, até maior do que devia, mas para mim tu eras o máximo, e na simplicidade passo a passo a vida ia a caminhar.
Entre as lembranças que guardo não existe uma melhor, teus exemplos, teus esforços não consigo superar, o que eu pensava ser fácil é mais bravio que o mar, e em todas suas histórias hoje posso acreditar.
Hoje recosto na vida ou debruço nas lembranças, comparo suas proezas com o que fiz em minhas andanças, e vejo meus filhos repetindo os erros que fazia quando criança.
Pai, obrigado pelos conselhos, perdoe por não tê-los seguido, se os tivesse escutado nunca teria sofrido!
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