14 de abr. de 2020

Após registro do primeiro caso de CORONAVÍRUS secretário de saúde avalia que este é um momento de atenção, mas, não de pânico


“O que está ao nosso alcance agora é intensificar a fiscalização nos comércios e pedir à população que fique em isolamento domiciliar e, quando for na rua, pratique o distanciamento social dando a real preocupação a esta pandemia; além de intensificar o trabalho da vigilância sanitária na fiscalização e conscientização da população”, planeja o secretário.

Situada na região sul do Pará, Tucumã está a quase mil quilômetros da capital, Belém. Porém, a pequena cidade, com cerca de 40 mil habitantes, não tem estrutura adequada para atendimento de saúde.  De acordo com entrevista, concedida por telefone, pelo Secretário Municipal de Saúde daquele município, Raphael Antonio, a rede pública de saúde do município não conta com UTI sendo a mais próxima a 270 quilômetros de distância no Hospital Regional de Redenção.
O primeiro caso de Covid – 19, confirmado na manhã desta terça-feira, 14, trouxe preocupação para o governo municipal que conta com apenas 1 respirador da Secretaria de Saúde, e outros três disponibilizados por hospitais particulares. Outra alternativa, em caso do surgimento de novos casos, é buscar atendimento no Hospital de Campanha instalado em Marabá, porém, com apenas 120 leitos para atender 36 municípios, número considerado pouco caso haja crescente no número de casos na região.
Após o registro do primeiro caso da doença no município, o secretário avalia que este é um momento de atenção, mas não de pânico. “O momento é de união, de oração, de pensamento positivo e, principalmente, de conscientização de todos, para que possa vencer esta guerra contra o Coronavírus”, disse Raphael, explicando o motivo do paciente, mesmo sendo de Tucumã, estar em Parauapebas. Segundo ele é por se tratar do marido de uma empregada da mineradora Vale e por isso, com o propósito de preservar seus empregados e temendo a possível contaminação, mandou ele para um isolamento em Parauapebas, onde tem um local específico para empregados e familiares que estejam com situação suspeita ou assintomáticos.
Perguntado a respeito da colaboração da população com as medidas de prevenção, o secretário reconhece que as pessoas não estão levando muito a sério, mas, diz acreditar que com este primeiro caso registrado é possível que aumente o grau de consciência. “Fomos o primeiro município paraense a decretar o fechamento do comércio, mas, depois houve a flexibilização. Estive pessoalmente em todos os comércios para averiguar se as medidas condicionantes estavam sendo praticadas e notamos um bom percentual se adequando”, explica Raphael Antonio, dizendo ter percebido que, com a reabertura dos comércios essenciais, notou-se na população a sensação de que a vida havia voltado ao normal, mas, que os alertas e conscientização através das emissoras de rádio continuam de forma intensa, seguindo o protocolo estabelecido pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem um plano de contingência implementado para diminuir os riscos e impactos da doença na população.
Conforme informado pelo secretário, os testes rápidos ainda não chegaram na rede municipal de saúde, mas, de acordo com o previsto deverão chegar esta semana. Enquanto isso, quando há comunicado de pessoas assintomáticas, equipes da Secretaria de Saúde vai até a residência para colher o material que é enviado para o LACEN – Laboratório Central, em Belém, de onde o resultado sai em no mínimo 7 dias, período em que o paciente passa a ser monitorado em isolamento domiciliar. “O que está ao nosso alcance agora é intensificar a fiscalização nos comércios e pedir à população que fique em isolamento domiciliar e, quando for na rua, pratique o distanciamento social dando a real preocupação a esta pandemia; além de intensificar o trabalho da vigilância sanitária na fiscalização e conscientização da população”, planeja o secretário, contando que o governo municipal, através da Secretaria de Assistência Social, tem ampliado os cadastros de pessoas em condições vulneráveis e intensificado o atendimento através da distribuição de cestas básicas.
Em relação à economia o secretário diz que está sendo buscado um ponto de equilíbrio entre as finanças e a saúde, tendo praticado a prevenção para que se evite o fechamento total do comércio ou outras medidas severas. Porém, mesmo assim, grande perda econômica tem sido notada em laticínios e frigoríficos já que os compradores de seus produtos estão em grandes centros e estes continuam praticamente parados; outro segmento onde também já se notam os reflexos é na produção e comercialização de cacau, em cujo setor se movimenta por mês, pelo menos, R$ 11 milhões naquele município.


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