“O
que está ao nosso alcance agora é intensificar a fiscalização nos comércios e
pedir à população que fique em isolamento domiciliar e, quando for na rua, pratique
o distanciamento social dando a real preocupação a esta pandemia; além de
intensificar o trabalho da vigilância sanitária na fiscalização e
conscientização da população”, planeja o secretário.
Situada na
região sul do Pará, Tucumã está a quase mil quilômetros da capital, Belém. Porém,
a pequena cidade, com cerca de 40 mil habitantes, não tem estrutura adequada
para atendimento de saúde. De acordo com
entrevista, concedida por telefone, pelo Secretário Municipal de Saúde daquele
município, Raphael Antonio, a rede pública de saúde do município não conta com
UTI sendo a mais próxima a 270 quilômetros de distância no Hospital Regional de
Redenção.
O primeiro
caso de Covid – 19, confirmado na manhã desta terça-feira, 14, trouxe preocupação
para o governo municipal que conta com apenas 1 respirador da Secretaria de
Saúde, e outros três disponibilizados por hospitais particulares. Outra
alternativa, em caso do surgimento de novos casos, é buscar atendimento no
Hospital de Campanha instalado em Marabá, porém, com apenas 120 leitos para
atender 36 municípios, número considerado pouco caso haja crescente no número
de casos na região.
Após o
registro do primeiro caso da doença no município, o secretário avalia que este
é um momento de atenção, mas não de pânico. “O momento é de união, de oração,
de pensamento positivo e, principalmente, de conscientização de todos, para que
possa vencer esta guerra contra o Coronavírus”, disse Raphael, explicando o
motivo do paciente, mesmo sendo de Tucumã, estar em Parauapebas. Segundo ele é
por se tratar do marido de uma empregada da mineradora Vale e por isso, com o
propósito de preservar seus empregados e temendo a possível contaminação,
mandou ele para um isolamento em Parauapebas, onde tem um local específico para
empregados e familiares que estejam com situação suspeita ou assintomáticos.
Perguntado a
respeito da colaboração da população com as medidas de prevenção, o secretário reconhece
que as pessoas não estão levando muito a sério, mas, diz acreditar que com este
primeiro caso registrado é possível que aumente o grau de consciência. “Fomos o
primeiro município paraense a decretar o fechamento do comércio, mas, depois
houve a flexibilização. Estive pessoalmente em todos os comércios para
averiguar se as medidas condicionantes estavam sendo praticadas e notamos um
bom percentual se adequando”, explica Raphael Antonio, dizendo ter percebido que,
com a reabertura dos comércios essenciais, notou-se na população a sensação de que
a vida havia voltado ao normal, mas, que os alertas e conscientização através
das emissoras de rádio continuam de forma intensa, seguindo o protocolo
estabelecido pelo Ministério da Saúde, Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa) e da Organização Mundial de Saúde (OMS) e tem um plano de contingência
implementado para diminuir os riscos e impactos da doença na população.
Conforme informado
pelo secretário, os testes rápidos ainda não chegaram na rede municipal de
saúde, mas, de acordo com o previsto deverão chegar esta semana. Enquanto isso,
quando há comunicado de pessoas assintomáticas, equipes da Secretaria de Saúde
vai até a residência para colher o material que é enviado para o LACEN –
Laboratório Central, em Belém, de onde o resultado sai em no mínimo 7 dias,
período em que o paciente passa a ser monitorado em isolamento domiciliar. “O
que está ao nosso alcance agora é intensificar a fiscalização nos comércios e
pedir à população que fique em isolamento domiciliar e, quando for na rua, pratique
o distanciamento social dando a real preocupação a esta pandemia; além de
intensificar o trabalho da vigilância sanitária na fiscalização e
conscientização da população”, planeja o secretário, contando que o governo
municipal, através da Secretaria de Assistência Social, tem ampliado os
cadastros de pessoas em condições vulneráveis e intensificado o atendimento
através da distribuição de cestas básicas.
Em relação à
economia o secretário diz que está sendo buscado um ponto de equilíbrio entre
as finanças e a saúde, tendo praticado a prevenção para que se evite o
fechamento total do comércio ou outras medidas severas. Porém, mesmo assim, grande
perda econômica tem sido notada em laticínios e frigoríficos já que os
compradores de seus produtos estão em grandes centros e estes continuam
praticamente parados; outro segmento onde também já se notam os reflexos é na
produção e comercialização de cacau, em cujo setor se movimenta por mês, pelo
menos, R$ 11 milhões naquele município.
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