8 de set. de 2011

Artigo - o gato e o peixe


O gato & o peixe

Desta vez quero agradar aos amantes de contos.
Por isto saí da linha política e crítica para trazer um presente aos casais sonhadores.
Este conto é um abstrato que puxará pela imaginação de cada leitor.
O casal aí, que viveu a história, se depender de mim será feliz para todo o sempre.
Ah, dedico este conto ao peixinho, personagem do conto, que na verdade, acreditem, é um “Peixão”!
Use sua imaginação e boa leitura.

Admito que não dava para acreditar.
 Era algo impossível como o gato pegar um peixe que nada tranquilamente no fundo, lá bem no fundo do rio.
O primeiro convite, feito pelo gato, foi rejeitado.
Bastou, isto foi o suficiente para ele, o gato, entender que aquele mar tava mesmo só pra peixe e nunca, jamais pra gato.
Como todo gato que se preza a primeira reação foi o desprezo, do tipo: ah, eu não tava mesmo afim!
O gato logo em seguida deitou-se preguiçosamente e nem teve tempo de se lamber, como de costume, dormindo profundamente.
Nem fez questão de sonhar, pois gato esperto não sonha com peixe.
No dia seguinte.
- Olha quem está ali! Puxa é realmente um peixão!!!
Pensou o bichano com empolgação disfarçada, e tratou de se aproximar e firmar um contato posterior.
Fechado.
E mais tarde no lago e hora marcada lá estavam eles: o gato e o peixe.
Caminharam e nadaram até o outro ponto marcado e lá ficaram: o gato na terra e o peixe na água.
O gato é claro, apesar do medo da fria água, sempre dava uma tapinha e tentava fisgar o peixe com suas garras. O peixe parecia entrar na onda, seca, do felino, mas não passava do balanço da água.
Gato e peixe, água e óleo.
O bichano, caçador de mão cheia, explodiu.
Saiu pisando duro e foi se embora e jurou a si mesmo nunca mais pescar naqueles lagos. 
Não demorou muito, e o chaninho, involuntariamente, soltou um daqueles miados no meio da madrugada.
O tempo estava bom, o vento favorável levou aquele triste som até o lago onde por coincidência o solitário peixinho repousava sobre as nadadeiras com a cabeça fora d’agua.
Pronto.
O ser aquático respondera o chamado e a partir de então cada miado era uma rabanada, um salto, uma pirueta e o antes, tranqüilo lago ficara, agora, agitado.
Outros peixes, percebendo o movimento e a par, desde o início, da intenção do gato e da carência do peixe, começaram a dar força.
Mesmo de longe, após chegar a próxima lua cheia, o felino convidou o peixinho para um passeio, um encontro.
- Topo.
Disse o peixinho.
Mas tinha um grande problema: gato não entra no rio, e peixe dele não sai.
Chegou o grande dia e o bichano se lambeu todo e lá se foi todo faceiro!
Chegou à beira do rio e miou suavemente:
- Estou aqui.
O peixinho coitado, seguro do que queria, mas querendo ganhar tempo pediu só mais um tempinho.
Ao gatinho só restava esperar. E pacientemente deitou-se à sombra e retocou o pelo com insinuantes lambidas.
O tempo passou rápido, pois entre uma lambida e outra um gato velho conversava com o felino.
A hora chegou e o peixinho que ficara de manter contado sumiu.
O gato chamou e não obteve resposta.
Zangado deixou apenas um recado e se foi.
Chovia muito, mas a raiva fez com que o gato esquecesse-se de seus bem arrumados pelos e se embrenhasse na chuva.
Não andou muito e...
- ...O que é isto, parece alguém me chamando!
Ele estava certo, era ela, o peixinho fujão que acabara de encontrar a solução que procurara: agora com tanta chuva não corria nenhum perigo ao sair do lago.
- Vem me buscar.
Ordenou o peixe.
O felino desfranziu a testa e esboçou para si mesmo um largo sorriso.
Foi rápido e logo lá estavam os dois abraçados caminhando rumo à felicidade.
- Ou uma coisa ou outra, somos dois loucos ou muito apaixonados!
Arriscou o gatinho.
O gato, logo o gato, para impressionar, agasalhou o peixe e não muito tempo nem tão longe dali chegaram à cama do gato.
Preciso contar o que sucedeu ao indefeso peixinho?
Vou resumir:
Algumas, não poucas, horas depois foram visto o gato palitando os dentes vagarosamente. Pobre peixinho!!!
- Puxa, olhe ali. Não é o peixinho ao lado dele?!
Exatamente. Fizeram juntos uma boa refeição e voltaram: o peixe pro lago e o gato ao seu lugar.
Mas nunca mais pararam com seus passeios secretos e sempre que saem cai a maior chuva!

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