Lixão de Canaã dos Carajás

Lixão prejudica a saúde e negócios

em Canaã dos Carajás

Os gases tóxicos podem causar danos irreversíveis, e levar à morte

Caminhoes inadequados fazem o transporte

Crianças foram vistas no local separando residuos

Enquanto muitos ao redor do mundo lucram com resíduos produzidos em residências, no comércio e na industria Canaã dos Carajás vive à margem do desenvolvimento sustentável e tem no lixo um problema.

     Este é o segundo lixão de Canaã dos Carajás, o primeiro era no local onde hoje se localiza o bairro Novo Brasil que após ser ocupado por populares teve que ser transferido para outro local.

     Visitei na manha de sexta-feira, 24, o atual lixo e logo ao chegar fui surpreendido por uma manada de cavalos que comiam do lixo. Aparentemente eram animais usados por carroceiros que após se contaminar com os resíduos circulam pela cidade podendo levar as mais diversas zoonoses para a população.

Uma montanha de cabeças de bovinos

Cavalos se contaminam no local  

 Em um canto um cenário intrigante, uma montanha de cabeças e outras partes de bovinos que, segundo um homem aparentando 40 anos que estava no local, é queimado e o osso vendido para a fabricação de adubos e utensílios. Várias valas estão abertas próximo dos resíduos que queimam sem parar; estas valas, segundo os trabalhadores do local, são usadas para enterrar os resíduos quando seu acumulo se torna grande. Mas é exatamente a queima destes resíduos que facilita ainda mais a propagação dos males existentes no local.

     Crianças e adolescentes também puderam ser visto no local revirando o lixo em busca, principalmente, de latinhas de alumínio para apurar uns trocados.

     Um problema silencioso - Avaliado a qualidade do ar e o acúmulo dos resíduos não segregados no Lixão de Canaã dos Carajás detalha-se o resultado na combustão entre os resíduos inertes e os perigosos. Se observa no local resíduos orgânicos como, por exemplo, restos de cadáveres de animais e de alimentos .

     Nesta época do ano devido o clima estar muito seco e a temperatura em escala anual crescente, verifica-se que o aumento da combustão destes resíduos não segregados o que provoca a geração em alta escala de gás metano, fruto do efeito estufa cuja reação visível deste gás nos seres humanos é de irritação e manchas na pele, irritação ocular e nos sistemas respiratório e digestivo e com o passar do tempo e em combinação com outros gases também produzidos no lixão, estes sintomas podem se transformar em câncer.

     De acordo com os parâmetros do Conselho Nacional de Meio Ambiente (CONAMA) um volume de 20% de emissão de gases tóxicos, afeta a população de uma cidade com cerca de 180 mil habitantes, o que explica o motivo que misteriosamente muita gente em Canaã dos CAraj´s sofra de viroses mutagênicas proporcionada por esta concentração de gases.

     Meio Ambiente – Procurei o Secretário Municipal de Meio Ambiente, popularmente conhecido como Carlinhos da Vicinal 20; ao indagá-lo a construção de um aterro sanitário ele disse que várias áreas foram estudadas e uma aprovada e adquirida onde será construída, segundo ele, o aterro sanitário.

     Carlinhos mensurou que a área mede cerca de 10 alqueires e localiza-se a mais ou menos oito quilômetros do centro de Canaã dos Carajás.

 O lixo é enterrado em valas

     Preocupação – A população em torno do lixão vive preocupada com a situação e sentem as conseqüências físicas e financeiras. Exemplo claro é um loteamento próximo ao local que não teve interessados em adquirir os terrenos para não ter conviver com a segurança sanitária.

     Osni Vieira, diretor da empresa Visatec, disse ser aquele um velho problema vivido pelos canaenses, e avalia que não é um problema de solução tão cara. “Falta vontade política, preocupação com o bem da população”, lamenta Osni.

     Outro empresário que falou sobre o assunto foi Raimundo Maia, popularmente conhecido como Maia do Loteamento, que deixa visível sua preocupação em provocar o poder público para que se atente para o problema: “Os gestores não tomam a iniciativa em fazer obras desta natureza pelo simples fato de que o retorno é demorado. Só depois de cerca de 10 anos depois é que se começa a colher os frutos de um aterro sanitário, refletido em pessoas mais saudáveisi”, explica Maia.

     Procurado o MP (Ministério Público) de Canaã dos Carajás disse saber do problema, mas espera uma denúncia formal para proceder uma ação contra o poder executivo do município de Canaã dos Carajás.