13 de jun. de 2011

Lojistas de Parauapebas pedem socorro

Com a inauguração do Shopping, as vendas nos demais centros comerciais caíram em torno de 60%, algumas lojas podem fechar as portas se a má fase não passar

O que já era esperado, infelizmente acabou acontecendo. Com a inauguração do Shopping Center de Parauapebas, que, aliás, é um dos mais modernos do sudeste paraense, as vendas no setor varejistas nos outros centros comerciais de Parauapebas estão despencando em grande turbulência.
A má fase nas vendas é motivo de preocupação para os lojistas, principalmente os de médio e pequeno porte. Nas Ruas Sol poente Bairro da Paz, 14, no Bairro União e a do Comércio no bairro Rio Verde, são as mais prejudicadas, o clima é de insegurança e incerteza, boa parte dos comerciantes se sentem acuados.
As vendas caíram em torno de 60%, isso em menos de 30 dias que o shopping abriu  as portas. Os lojistas esperavam uma queda nas vendas, mas não dessa forma, até porque tudo que é novo chama a atenção e aos poucos os clientes estarão voltando às compras nas lojas como de praxe, mas essa não é a realidade, como explica o lojista do ramo de calçados e acessórios da Rua 14. Seu Alair Souza que está no ramo há 20 anos, se sente ameaçado de uma possível falência, ele fala que o estoque está encalhado nas prateleiras em pleno mês dos namorados, uma vez que nos anos anteriores era motivo de vendas maiores. “O comércio está parado e a CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas está apática, nada faz para nos ajudar a superar essa crise, estou com dívidas atrasadas com os meus fornecedores e meus produtos não estão saindo, nem as parcelas vencidas estão sendo pagas em dia por alguns dos meus clientes. Se continuar assim vou acabar declarando falência, é preciso que a CDL olhe para nós e faça alguma coisa em prol da gente, porque assim não dá”, desabafou seu Alair.
De segunda a sexta-feira, as Ruas mais famosas na área comercial de Parauapebas ficam praticamente vazias, enquanto que o shopping vive uma excelente fase.  A Rua do comércio conhecida como o coração econômico do setor varejista da cidade a situação é de desânimo. As vendas caem a todo o momento, a inadimplência aumenta e os consumidores insistem em não comparecer.
Os lojistas calculam os prejuízos, enquanto que os funcionários como operadores de caixa e vendedores ficam praticamente de braços cruzados a espera de clientes. Muitos estão apelando para as promoções, más fica difícil competir com os preços e com a grande variedade oferecida pelas lojas do shopping. Maria Mota, uma das pioneiras  lojistas da Rua do Comércio, reconhece que a cidade tem que acompanhar o progresso e o desenvolvimento econômico, mas lamenta o fato deles pagarem tantos impostos e não a vê a entidade onde eles são associados não fazer nada para aquecer as vendas no setor e fazer com eles respirem mais aliviados. “Estamos em junho, mês que antecede as férias do verão, muita gente saem de férias e pegam seus vencimentos e almeja fazer compras, isso acontece em qualquer cidade do país, mas aqui em Parauapebas somos carentes de quase tudo, pois a CDL – Câmara de Dirigentes Lojistas, deveria se reunir com a classe lojista e elaborar um mapa de atividade promocional que pudesse estimular os clientes a comprar novamente nas nossas lojas, pois muitos são clientes antigos e com certeza se sentiram atraídos pelas ofertas de promoção. Mesmo temendo a crise vou ampliar a linha de produtos do meu empreendimento, agora é tudo ou nada”, desabafou a lojista.
Outras cidades do país também enfrentaram esse tipo de situação, como Palmas no Tocantins, que ao colocar em funcionamento seus dois maiores shoppings, acabou quebrando boa parte dos pequenos lojistas. Pelo que se vê aqui em Parauapebas a situação não vai ser diferente se nada for feito para reverter à situação. A inadimplência continua em alta, as mercadorias encalhadas nas prateleiras e vitrines e os consumidores indo em direção ao shopping, para quem conhece bem os centros comerciais de Parauapebas fica surpreso ao se deparar com o clima de feriado que paira nas principais Ruas comerciais. “Nós estamos fazendo de tudo para trazer nossos clientes de volta, mas está difícil, o shopping investe alto em publicidade para favorecer seus lojistas, enquanto que a gente fica a espera de uma decisão da CDL e nada acontece. Até quando iremos resistir além da minha loja outras dezenas estão em dificuldade, basta olhar nos semblantes de seus proprietários e funcionários”, observou a comerciante no ramo de aparelhos de celulares de acessórios da Rua 14.
Enquanto os comerciantes aguardam a má fase passar, a imagem que se vê nas vitrines da maioria das lojas do ramo de confecções, calçados, acessórios, cosméticos e outras são inúmeros cartazes a faixas divulgando promoções e descontos de até 50%, na expectativa de saírem do vermelho. (Fonte jornal Correio do Pará)

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