28 de nov. de 2011

Professores da rede estadual continuam em estado de greve no Pará


Após 54 dias de paralisação das aulas na rede estadual de educação foi feita, pela coordenação do Sintepp em Parauapebas, uma avaliação da situação e perdas sofrida pelos estudantes, e no dia 21, segunda-feira, todos os alunos da Rede Estadual de Ensino voltaram a ter aulas normalmente.
“Tivemos que usar a estratégica de dar um passo atrás para depois dar outros à frente”, disse Luciene Moitinho de Sales, coordenadora do Sintepp (Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Pará), ela diz que o endurecimento do governo de só abrir a mesa de negociação com o retorno dos servidores ao trabalho foi outro motivo para que terminassem a greve, e cita ainda que o governo fez várias ameaças à direção estadual do sindicato. Entre as ameaças estão a prisão dos líderes estaduais do movimento e a execução da multas de R$ 25 mil por dia a partir de sexta-feira, 18.
“O que pesou mais na decisão foi o corte do ponto durante os dias de paralisação, e sentimos que com isto não conseguiríamos manter os companheiros unidos na greve”, admitiu Luciene, mensurando que esta foi a paralisação mais forte dos últimos tempos e que este tenha sido, também em sua opinião, o governo que mais reprimiu os trabalhadores na educação pública.
A coordenadora diz que o Sintepp surpreendeu o judiciário com o descumprimento da ordem de retornar ao trabalho no dia 8, terça-feira. A desobediência, segundo ela, foi para garantir a negociação que ela diz ser em dois níveis: municipal e estadual. Um ponto importante para os professores, da rede estadual, era o piso salarial que gerou tanta polemica e até a ocupação da Secretaria de Estado da Fazenda, mesmo assim o governo não cedeu só abrindo as negociações com o retorno dos grevistas ao trabalho.
 Já as reivindicações feitas ao governo municipal como, por exemplo, lotes para a construção de escolas estaduais foram atingidas, tendo conseguido três lotes. Os novos prédios serão construídas no complexo Altamira, outra no Cidade Jardim e o terceiro está sob análise.
A questão da merenda escolar, para alunos do ensino médio, foi tratada em recente reunião do Sintepp com representantes do PSDB (partido do governo estadual): deputado federal Wandenkolk Gonçalves; o presidente do partido no município, José Rinaldo Alves de Carvalho; e o secretário executivo do diretório municipal, Valmir Oliveira Pereira; vários professores e a coordenadora do Sinntepp, Luciene Moitinho.
“Percebi que o governo quer conciliar os problema, por isto fizemos oficialmente uma solicitação para que na escola sede do Estado em Parauapebas sejam feitas alterações na estrutura política para garantir eleição para diretores em todas as escolas publicas estaduais”, planeja Luciene. A pauta da merenda escolar foi inserida, segundo ela, desde o inicio da greve, sendo necessário, para isto, tanto os produtos para a merenda quanto a contratação dos servidores para atuarem nas cantinas das escolas, merendeiras e ASG’s. A contratação de pessoal para atuarem nas secretarias das escolas foi outra reivindicação do Sintepp que já foram contratados pelo governo do Estado.       
“Saímos fortalecidos, pois o governo havia proposto de pagar as perdas salariais em 24 meses, uma diferença de R$ 69/mês, que significa a defasagem inflacionária, mais o reajuste do ano seguinte (2012) que somados aproxima-se de R$ 400. Nosso ganho foi garantir este pagamento em 12 meses, apesar de que nossa proposta é que fosse pago em seis meses”, conta Luciene.
O calendário de reposição das aulas foi definido em assembléia e o ano letivo em curso, 2011, só deverá terminar em abril de 2012. Porém segundo Luciene tudo isto só será cumprido se o governo não cortar o ponto pelos dias de paralisação e voltar a negociar todas as pautas propostas pelo sindicato.
“A greve terminou no dia 21, mas continuaremos em estado de greve e caso o governo não reabra a mesa de negociação voltaremos a paralisar outra vez as aulas”, admite a coordenadora, detalhando que as mobilizações continuam dentro do calendário de luta.

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