3 de nov. de 2011

Quem é o eleitor brasileiro para falar mal de político?




 Por Francesco Costa 

 Com um jeito muito “feminino” de ser, o eleitor brasileiro insiste em fazer-se de vítima. E, após cada eleição, renova as promessas de não se deixar mais ser enganado pelos que eles qualificam de ladrões, safados, mentirosos e outros adjetivos que não se permitem publicar neste periódico.
 Mas, é só vir outra eleição e lá estão eles em busca da melhor proposta para assim escolher os que irão continuar governando, ou que voltarão a governar ou aqueles que se elegerão pela primeira vez.  
 Mas, falando em jeito feminino, você já observou como o eleitor, na hora de escolher candidatos para votar, se parece com as mulheres quando escolhem maridos ou namorados?
Vamos comparar.
Mulher não namora amigo sob a seguinte alegação:
“O que é isto, fulano, a gente é amigo há muito tempo, não vamos estragar nossa amizade!”
Pois é, era exatamente o amigo, aquele cara conhecido que entenderia seus problemas que deveria ter chance, exatamente por conhecê-la!
O que ela procura é um desconhecido que fale um monte de coisas agradáveis, que lhe faça inúmeros elogios, mesmo que o espelho os desminta, que lhe faça um monte de promessas, mesmo que ela saiba que jamais serão cumpridas.
Com o eleitor acontece a mesma coisa. Nunca conte com o voto dos amigos; eles dificilmente votarão em você. Assim, o eleitor obriga o político a se vestir de Dom Juan e partir para novas conquistas, já que os que o conhecem raramente votarão nele.    
O eleitor, infelizmente, assim como as mulheres, busca aparência e possibilidade de ganho individual. Esquecendo a coletividade, mergulha em seus próprios benefícios pessoais.
 Político precisa ter carrão, ostentar poder e em períodos eleitorais, só neste período, se fantasiar de herói de quadrinhos e deixar de lado a personalidade humana. O eleitor sabe o que é possível e impossível nas inúmeras promessas feitas em palanques, panfletos ou programas de TV. Mas, assim como a sonhadora mulher conquistada, contraria qualquer alegação que conteste o que o candidato prometeu, alegando ainda ser “intrigas da oposição”.

A mãe:

“Minha filha, este cara não presta.”

 A filha:

“Mas, é tão gentil comigo!”

Os telejornais:

“Esse candidato é corrupto, renunciou para não ser cassado.”    

O eleitor:

“É, pode até roubar, mas ele fez muitas obras!”

Acho incrível a cara de eleitor arrependido se fazendo de vítima. Acho ainda mais incrível o fato de que o eleitor não assista aos programas eleitorais, acessa a internet apenas para ver o Orkut ou outras futilidades, e não acessa a vida de certos candidatos para saber em quem de fato está votando. 
Sabe por que a boca de urna insiste em se manter firme e forte, apesar das intensas campanhas de combate a ela e das proibições e penalidades impostas aos infratores?
 É simples. Os candidatos sabem que a ignorância dos eleitores lhes permite na “boca da urna” conquistar o voto ou fazer mudar de opinião. 
Sei que o que vou contar não é novidade, mas acho incrível também que a maioria dos eleitores sai para votar e não tem noção de quais são os candidatos que merecem seu voto. 
Isto explica por que tanto “santinho” é jogado nas ruas na madrugada do dia das eleições. 
Agora, o que não explica é eleitor se fazer de vítima depois das eleições querendo me convencer de que não sabia que o candidato que ele viu no “santinho”, de santo não tem nem o nome.       

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